...contariam, de certeza, muitas histórias.
Mas como não falam, e não queremos que a memória da nossa Escola se perca, criamos este local onde todos são bem-vindos.
Esperamos que todos os que por aqui passaram (alunos, professores e funcionários) deixem qualquer coisa que nos ajude a construir esta memória e a manter a alma desta casa.
Área de Projecto 12º5 

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8.5.09

O estado da saúde do País

As grandes cidades, nos finais da segunda década do século XX, estavam perladas de gente oriunda de todos os cantos do País. Em busca de melhores condições de vida, demais conforto e até de diversão, as populações, acorrendo, sem controlo, aos centros urbanos, acabariam por desencadear e exacerbar graves problemas higiénicos e sanitários, difíceis de solucionar, em termos de saúde pública. Nos bairros velhos das cidades pululavam lixeiras “a céu aberto”, e as águas das enxurradas, misturando e amalgamando lamas e resíduos, frequentemente despejados na via pública, exalavam odores nauseabundos, conspurcando tudo e todos os que viviam nestes antros. As águas de consumo eram facilmente fonte de disseminação de doenças, não só porque raramente eram analisadas, face à parca acção dos poucos laboratórios de análises bacteriológicas do País, como porque os sistemas de canalizações, envelhecidos, fendidos e defeituosos, lado a lado com colectores de esgotos a descoberto, constituíam a triste realidade de muitas cidades e vilas portuguesas desta época.

O serviço de transportes de lixos em carroças ambulantes, mal concebido e mal executado por pessoal sem qualquer preparação, acabava por espalhar muito mais resíduos insalubres do que aqueles que recolhia; as montureiras municipais, situadas em locais impróprios, na proximidade de zonas áreas habitacionais, eram autênticos viveiros de moscas e outros insectos, alguns deles potenciais vectores de doenças infecciosas.
Investindo muito pouco na saúde e na educação (basta observar as elevadíssimas taxas de analfabetismo para 1910 e 1920), os responsáveis pela governação criavam sucessivos diplomas, legislavam “com fartura”, sobretudo, em horas de aperto, na sequência imediata dos grandes flagelos epidémicos, mas acabavam sempre por não empenhar recursos económicos e técnicos no sector mais nevrálgico da saúde, nesta época, a prevenção. A par da Guerra de 1914-18, factor destabilizador da economia e dos ritmos de vida de todos os países - e Portugal não foi excepção -, a gripe “pneumónica” de 1918, considerada o maior flagelo do século XX, iria demonstrar, uma vez mais, a fragilidade do sistema de saúde e a incapacidade das respostas sanitárias perante a pandemia de gripe. Terão morrido mais de 60 mil portugueses por causas associadas à pandemia.

Por outro lado, o elevado número de mortes ocorrido em Portugal, em 1918, sem causa devidamente definida e, por isso mesmo, incluídas nos registos de estatística sanitária na rubrica “doença desconhecida”, viria, não só a exigir a aplicação de fórmulas de correcção ou reverificação estatística, por parte da Direcção-Geral de Estatística, como levaria os responsáveis pela Saúde a repensar o exercício da medicina legal, sobretudo, a nível das comarcas mais periféricas do País. Assim, a legislação que regulava as práticas de medicina forense, emitida nos finais do século XIX, revelar-se-ia, em 1918, claramente ultrapassada e ineficaz. Impunha-se uma nova “Reforma” nos serviços de saúde.

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Agradecimentos

Muitas pessoas nos ajudaram neste projecto. Os nossos agradecimentos para:
Dr Alberto Ferreira
Padre António Rodrigues
Arq Bernardo Távora
Drª Eulália Lima
Drª Fátima Costa
Drª Fátima Martins
Dr Joaquim Loureiro de Amorim
Dr Luís Cristóvam
Eng. Mário Palmeira
Dr Raul Rodrigues
e às funcionárias D. Palmira, D.Cristina,D. Luzia e Ana, e ao Sr. Luis, que nos entregavam os computadores e que nos ouviam as reclamações quando eles não funcionavam
e à D. São que nos arranjou sempre uma sala quando ficávamos sem local para trabalhar.
À Rita (funcionária do CE) que nos recebeu e nos ajudou sempre que necessitamos.

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