A primeira conclusão é a de que a gripe 1918 (para os portugueses a “pneumónica”) foi, em termos de mortalidade, a maior tragédia do século XX e possivelmente de toda a nossa história, e uma das pandemias mais mortíferas na história da humanidade. A virulência extrema do agente, a sua disseminação facilitada pela mobilização de grandes massas de população devido à guerra e a maior mortalidade entre os jovens adultos, são evidentes na evolução do processo. O défice demográfico, as famílias desfeitas, as perturbações sociais, e até os conflitos políticos, foram fortemente influenciados pela “pneumónica”.
A tecnologia moderna, que permitiu o estudo de algumas proteínas do vírus e as suas origens filogenéticas, trouxe à ribalta a “spanish lady” e veio somar aos novos medos causados pelos novos vírus, pelas doenças dos priões e outras emergentes, o fantasma duma possível epidemia com as características de 1918 contra a qual, apesar do progresso alucinante da medicina no século XX, os serviços de saúde encontrariam ainda grandes dificuldades de resposta. A amandantina e os inibidores da neurominidade são duma eficácia problemática, a vacinação é impossível de fazer em massa, e as epidemias de 1957 e 1968, em pleno triunfalismo da medicina, mostraram bem como a humanidade ainda está mal preparada contra a gripe.
A demonstração de que o “estágio” do vírus noutros animais (neste caso o porco, apesar da epidemia porcina não ter coincidido, em 1918, com a gripe humana) dá origem a antigénios de desvio maior, extremamente virulentos para o ser humano, vem mais uma vez demonstrar a importância da patologia animal na patologia humana.
Contudo os médicos sabem pouco de medicina comparada e seria vantajoso que no ensino médico esta problemática passasse a ser abordada. A sociedade contemporânea pensa que a maioria dos seus problemas de saúde não tem solução por culpa dos médicos e teria grande dificuldade em lidar com uma gripe semelhante à de 1918. Seriam, por isso, de esperar enormes convulsões sociais e os Serviços de Saúde voltariam a ser “os bodes expiatórios”.
“Os maiores protagonistas deste drama acabaram silenciosamente. Talvez por isso a historiografia decida homenageá-los de forma igualmente silenciosa, ignorando a maior mortalidade portuguesa ao longo do século XX” (palavras de Luís Trindade).
...contariam, de certeza, muitas histórias.
Mas como não falam, e não queremos que a memória da nossa Escola se perca, criamos este local onde todos são bem-vindos.
Esperamos que todos os que por aqui passaram (alunos, professores e funcionários) deixem qualquer coisa que nos ajude a construir esta memória e a manter a alma desta casa.
Área de Projecto 12º5
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8.5.09
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Agradecimentos
Muitas pessoas nos ajudaram neste projecto. Os nossos agradecimentos para:
Dr Alberto Ferreira
Padre António Rodrigues
Arq Bernardo Távora
Drª Eulália Lima
Drª Eulália Lima
Drª Fátima Costa
Drª Fátima Martins
Dr Joaquim Loureiro de Amorim
Dr Luís Cristóvam
Eng. Mário Palmeira
Dr Raul Rodrigues
Dr Raul Rodrigues
e às funcionárias D. Palmira, D.Cristina,D. Luzia e Ana, e ao Sr. Luis, que nos entregavam os computadores e que nos ouviam as reclamações quando eles não funcionavam
e à D. São que nos arranjou sempre uma sala quando ficávamos sem local para trabalhar.
À Rita (funcionária do CE) que nos recebeu e nos ajudou sempre que necessitamos.
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